Laboratório de agrotóxicos causa transtornos a vizinhos em Marília

Laboratório de defensivos agrícolas fica no centro da cidade (Foto: Reprodução / TV TEM)

Os vizinhos de um laboratório que produz defensivos agrícolas no centro de Marília (SP) têm reclamado do mau cheiro que fica nas casas. O transtorno também é causado pelo barulho e vespas que aparecem na vizinhança.

O laboratório começou a funcionar na Rua 24 de dezembro há um ano e nos primeiros dias de instalação, o proprietário entregou um documento aos moradores e colheu a assinatura deles. Esse documento dizia que a vizinhança estava ciente do tipo de empresa que seria instalada e que o laboratório não causaria incômodo aos moradores.

O problema é que o local está em uma região central, cercada por casas e comércios. A empresa funciona o dia inteiro produzindo defensivos agrícolas para combate de pragas em lavouras. Os vizinhos como o fotógrafo Alexandre Lourenção, querem saber o porquê do cheiro ruim. “A gente queria poder ver o que está acontecendo. Qual problema? Porque instalar um laboratório desse tipo no centro da cidade, causando problemas à população.”

Dificuldades também para quem sofre de problemas respiratórios. O empresário Ayr Malta tem sinusite e a casa dele é ao lado do laboratório. Ele afirma que por causa do cheiro forte já ficou até de cama. “Tive uma crise, fiquei acamado uma semana”, lembra.

Além do mau cheiro, os moradores reclamam do barulho e das vespas. A dona de casa Lair Nagano conta que sofre com os insetos. “Em casa é mais por causa do cheiro da comida. Eu tampava, mas eles davam um jeito de entrar.”

Um fiscal da Cetesb, órgão ambiental do Estado, esteve no local e de acordo o gerente regional, Wilson Pires, a atividade que a empresa exerce é isenta de licenciamento ambiental, mas o auto de vistoria feito pelo fiscal constatou o cheiro forte fora da empresa. O proprietário foi advertido. “Será concedido um prazo de 30 dias para que o proprietário resolva essa pendências, caso isso não aconteça, estará sujeito a aplicação de multas”, afirma Wilson.

Após a fiscalização da Cetesb, o proprietário do laboratório José Luiz Leiva tentou justificar a reclamação dos moradores, mas garantiu que vai solucionar o problema no tempo exigido pelo órgão ambiental. “Nunca nenhum vizinho tinha procurado a gente pra falar do problema e agora que a gente está ciente do que está acontecendo, nós vamos procurar melhorar para que isso não aconteça mais.”

Ainda de acordo com o dono, o que causa o mau cheiro é a levedura de cana e o gérmen de trigo. Ele afirma que esses produtos são utilizados na alimentação humana e que não causam problemas de saúde. 

Marília Jovem

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